Meus 10 desejos e sugestões para 2019 (por Eric LUCAS, autista « Asperger »)

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O texto completo do que está dito neste vídeo está logo abaixo.


1/ Revolta-se pela Natureza, pela Verdade, e pela humanidade do Homem.

O estado atual da Natureza, da Verdade e da humanidade natural dos seres humanos é catastrófico.

Tal estado está constantemente piorando, porque as pessoas são atraídas por um mecanismo de consumo que proporciona prazer e posse que lhes dá a ilusão de felicidade e poder, quando na verdade eles sentem que tudo é artificial, distorcido e perigoso a longo prazo.

Para tentar negar o erro geral, a sociedade (principalmente a ocidental) se refugia a cada vez mais na ilusão, mas como ela percebe que este sistema social global está indo na direção errada, desenvolve uma espécie de psicose social generalizada, incluindo o medo de tudo, o medo do desconhecido, o medo do diferente, e um mal estar psíquico e espiritual proporcional ao bem estar físico que supostamente deveria esconder este problema muito sério.

O homem quererá consumir e divertir-se cada vez mais, poluindo e destruindo com isso cada vez mais a Natureza, a Verdade, sua própria essência natural, e as minorias naturais (como os indígenas, os portadores de síndrome de Down, os autistas etc.). Esse é o círculo vicioso do homem moderno, um ‘homem automático’ preso em seu próprio sistema, um ser que finalmente se torna uma espécie de “máquina humana”’, escrava de seu conforto, sua segurança, e suas ilusões.

Entre as crenças sociais que encerram esse sistema estão o fatalismo e a ”ditadura do julgamento pelos outros”, que tornam necessário ser “normal e dócil” e que geralmente impedem a pessoa de ter a coragem para agir ou se revoltar concretamente para corrigir erros e tentar desviar o Titanic do iceberg.

As pessoas preferem dançar, rir, comer e beber, pensando que « de qualquer maneira, não se pode fazer nada mais », mas isso não é verdade: sempre podemos melhorar as coisas, para contestar e resolver as injustiças, para defender a verdade e os seres vivos autenticamente naturais, então vulneráveis.

Para isso, é preciso esforços, coragem, um pouco de organização, e pessoas que liderem o caminho, que mostrem que mudanças profundas são possíveis.

Acho que não há esperança de evitar a catástrofe anunciada, sem revoltas.

Revoltas podem ser inteligentes e pacíficas.

Pessoas de boa vontade, que são bastante numerosas para saber tudo isso, devem se organizar em redes, e nunca devem desistir, porque nada será possível sem uma perseverança teimosa e implacável à altura do desafio monumental, planetário, que devemos enfrentar para tentar salvar a Vida.

Sem isso, o Homem se tornará escravo das máquinas que ele criou para facilitar sua existência, consumirá e destruirá cada vez mais, e isso não poderá durar muito tempo.

A união das pessoas de boa vontade, a esperança e a perseverança para salvar uma Humanidade em perdição é meu desejo N° 1, desde muito tempo, meu mais querido desejo para 2019 e os anos seguintes.


2/ Faça um esforço para sair das crenças médicas sobre o autismo.

As pessoas realmente precisam parar de confundir o autismo (que é uma diferença biológica natural), com as dificuldades que estão ligadas a ele, e que quase sempre vêm do ambiente, especialmente social.

Se precisa ouvir as explicações dos autistas sobre o autismo.

Não é porque uma pessoa autista parece ”menos autista” que ela não consegue entender o autismo.

Muitas pessoas autistas que tentam explicar o autismo entendem isso muito melhor do que a maioria dos médicos especialistas, e isso faz sentido.

Enquanto você continuar a pensar que o autismo é uma ”deficiência” e que as opiniões das pessoas autistas são deficientes, será impossível para você progredir na compreensão do autismo.

Faça um esforço de humildade, por favor, não se deixe enganar pelas teorias dos “graduados importantes” que não vivem o que eles falam.


3/ Pare com a superproteção dos autistas.

Ao superproteger os autistas e evitar qualquer coisa que possa lhes “perturbar”, ao planejar tudo, na verdade você remove a liberdade, a possibilidade de experimentação, e qualquer base para começar a construir.

As pessoas “não-autistas” podem simplesmente seguir uma ”via” pré-definida, e para elas tudo é relativamente simples (em comparação com para os autistas), mas não funciona assim com as pessoas autistas.

Tem muitos caminhos predefinidos (padrões), adaptados para as pessoas « normais ». Não tem nada disso adaptado pelos autistas, simplesmente porque isso não é compatível com o autismo.

Cada autista deve encontrar e construir um “caminho de vida” particular, único e original.

E, sobretudo, não tentar seguir estradas prontas, o que seria absurdo e só causaria sofrimento.

Ao eliminar a possibilidade de “liberdades originais” e só oferecendo padrões normais para os seus filhos autistas você não lhes permite desenvolverse-se do jeito certo para eles.

Então, não se surpreenda se eles permanecerem “bloqueados”.

Ninguém tem o direito de obrigar um ser humano a seguir o que não lhe interessa e o que não lhe convém.

Podemos ajudar cada autista a encontrar gradualmente o que lhe interessa, e acompanhá-lo, em vez de forçá-lo a fazer coisas “normais”.

Os autistas não devem ficar trancados sob o pretexto de segurança; é necessário acompanhá-los, com a distância necessária, para que possam descobrir a vida a seu modo, com liberdade suficiente.

Experimentar, aprender a vida não se faz apenas em casa ou na escola, ou em “circuitos” onde tudo já foi planejado por outros que não a pessoa autista.

Se você planejar com antecedência para o seu filho autista, então não há mais liberdade e, portanto, ele não pode evoluir.

Se você fizer algo para evitar “mudanças” porque os chamados especialistas lhe explicaram que as pessoas autistas têm problemas com as mudanças, então é logico que nada mude.

Há uma diferença entre a mudança imposta e a mudança aceita, desejada ou decidida pela pessoa, e essa diferença é chamada de liberdade. E isso muda tudo.

Algumas pessoas que estão “com medo” de levar seu filho autista para um lugar público deveriam se perguntar se não estão mais com medo em relação com o conforto pessoal deles (por causa do olhar dos outros, etc.).

Proteger uma criança autista não é trancá-lo em casa, na escola ou em um centro.

Uma criança ou um adulto autista tem o direito de ir para os mesmos lugares que os outros e pela mesma duração. Caso contrário, isso é discriminação, privação de liberdade, o que é prejudicial.

As primeiras experiências de liberdade com um autista são delicadas ou difíceis e neste caso podemos acompanhar, se necessário, em vez de proibir a liberdade “porque é mais simples”.

Todos têm o direito de ter a mesma liberdade de ir aonde quiser, com a mesma liberdade de escolha.

Portanto, é válido também para os autistas; isso pode requerer acomodações, esforços, mas nunca privações, que são injustas e contraproducentes para o desenvolvimento.


4/ (Especialmente para a França) Ativistas e famílias de autistas devem fazer esforços genuínos de altruísmo, e de colaboração.

Os autistas e as famílias (ou outras pessoas) que querem defender a causa do autismo gastam demasiado tempo em brigas por causa de discórdias entre pessoas, por causa do atrito de egos, que não têm ligação com a causa.

É preciso que realmente se faça um esforço para colocar os pensamentos acima de si mesmo, para com isso agir desinteressadamente e com genuíno altruísmo.

Não importa para as pessoas autistas que você quer defender e ajudar, se aquele colega ou essa pessoa pensa isso ou aquilo sobre você.

Nós não estamos em um assunto de “pessoas”, mas de “causas”.

Crianças e adultos autistas não estão interessados nisso, e geralmente eles nem sequer conhecem você.

Precisamos saber se lutamos primeiro para satisfazer nosso ego, ou primeiro para ajudar pessoas vulneráveis que não conhecemos e que provavelmente nunca veremos, mas que realmente precisam de pessoas para lutar por elas, para que elas tenham uma vida melhor, menos ditada pelo “absurdo social normal”, uma vida mais livre e gratificante, o que é possível quando começamos a afastar-se das crenças habituais sobre autismo.

Também devemos nos esforçar em colaboração e consulta mutua.

Ninguém será capaz de mudar as coisas sozinho.

Não podemos nos defender contra o “sistema normal” (que é naturalmente colaborativo), se agirmos isoladamente, como uma formiga contra um todo enorme, poderoso e organizado.

As formigas só podem ser eficazes se agirem em conjunto, com muita organização.

Caso contrário, é apenas uma perda de tempo, vento, e gesticulação.

E para isso, devemos aceitar fazer concessões e trabalhar com pessoas que às vezes não gostamos.

É essencial colocar os egos de lado. Caso contrário, nem vale a pena começar.

Você tem que pensar primeiro sobre metas, ou até mesmo somente metas.

Dissidências entre colegas são um detalhe sem importância para a causa.

As pessoas autistas não merecem esses esforços de abnegação?

Isso é tão difícil? Isso é impossível?

Os “exploradores credenciados” do autismo sabem o que estão fazendo e têm todo o poder e dinheiro do lado deles.

Frente a eles têm apenas pessoas desorganizadas e nem sequer capazes de se levantar acima de questões lamentáveis de orgulho esmagado… (ou pior, de glória ou poder pessoal)

Só vocês, autistas e pais, podem fazer um esforço para resolver esses problemas.


5/ Na França, que alguns coletivos se organizem seriamente para lutar concretamente, no campo, sobre os casos mais emblemáticos de injustiças estatais cometidas contra os autistas e suas famílias.

Mesmo que o resto do mundo ainda acredite na imagem lisonjeira dos “Direitos Humanos” da França, promovida pelo Estado francês, se você é autista ou tem filhos autistas você sabe o quanto isso é uma mentira projetada para esconder a realidade.

Além disso, no domínio do autismo, a realidade administrativa da França é tão desprezível que o governo nem sequer pode tentar escondê-la, e precisa baixar a cabeça para receber, regularmente, várias condenações da Europa ou da ONU.

O sistema é muito simples de entender: há uma indústria médica, médico-social e farmacêutica muito lucrativa, praticando preços “demencialmente altos”, o que funciona porque tudo é automaticamente reembolsado pelo sistema de “previdência social” que toma uma parte muito importante das rendas dos habitantes deste país.

Isso representa, para o autismo, cerca de 13 bilhões de euros por ano. Dado que esses lobbies estão diretamente relacionados ao mundo das altas finanças e dos “mercados” internacionais que têm uma enorme influência sobre os governos (na França), então esses governos não podem mudar nada, especialmente porque tudo é gerenciado pelo “Estado profundo”, que não quer se privar da “galinha dos ovos de ouro do autismo” e dos seus “investimentos” (colocações de autistas em centros = investimentos financeiros).

Tudo é gangrenado, mesmo (ou especialmente?) a “Justiça” francesa.

Nós o vemos regularmente isso acontecer, e não é realmente difícil demonstrar a má-fé e a ganância dessas pessoas que exploram o autismo.

Parece-me necessário que um número suficiente de pessoas, revoltadas com tudo isso (como eu), consiga se deslocar e organizar para lutar, por todos os meios legais e em particular pela desobediência civil e pelas manifestações, para finalmente obter justiça e liberdade, começando pelos casos mais emblemáticos, como o de Timothée D., ou de Rachel e seus três filhos autistas.

Estou tentando fazer o que posso ao meu lado, e planejei uma plataforma na Internet para isso: Autistes & Parents Indignés (Autistas e Pais Indignados), onde seria necessário um grande número de inscritos para fazer comitês de apoio eficazes.

Com relação às coisas a fazer no nível político para o autismo na França, as discussões com os “poderes” públicos são inúteis, porque tudo é hipocrisia e eles nos enganam, nos fazendo perder tempo.

Neste país, não há outra solução além da revolta concreta e física.

Aqueles que ainda não entenderam isso, e que ainda são a favor de ‘discussões diplomáticas’, na verdade jogam geralmente involuntariamente, o jogo do adversário (os lobbies médico-socio-farmaco-burocrático-judiciais franceses).

Uma vida melhor para os autistas, já começa com simplesmente uma vida decente, e isso não é possível sem liberdade.

A liberdade dos autistas não é a preocupação dos lobbies que exploram o autismo, nem dos governos que seguem eles.

Tudo é apenas uma mentira: você é manipulado, você é tosquiado como ovelha, eles tomam seus filhos para se beneficiar (pois todo esse dinheiro, essas centenas de euros por dia pagos pela ‘previdência social’, vão bem em algum lugar sim), e assim as oportunidades de realização e de acesso a uma vida digna para seus filhos são obstruídas.

Todas essas pessoas não têm o mesmo interesse que as pessoas autistas.

O Sr. Macron, após a sua eleição, prometeu a desinstitucionalização: quase dois anos depois, o que é? Absolutamente nada; pelo contrário, eles continuam a construir e inaugurar novos centros de detenção para crianças deficientes.

Se vocês, os pais, não se revoltarem fisicamente e de maneira organizada, não vamos conseguir lidar e os autistas deste país, mesmo os mais autônomos, continuarão vivendo uma vida de sofrimento social e de miséria.

Por favor, faça um esforço!

E acima de tudo, não acredite nas bobagens do governo.


6/ Na França, que os pequenos líderes das redes sociais tenham a decência de não culpar de tudo e qualquer coisa as poucas pessoas que fazem verdadeiros esforços altruístas.

Se você não entende as ações originais feitas pelos outros, ou se você não acredita na boa fé deles, deixe-os ao menos trabalhar em paz, em vez de apodrecer as vidas deles de maneira tão estúpida, como se as lutas contra o adversário já não fossem suficientemente exaustivas e desiguais…

Acusar sem provas, transformar suas dúvidas e sua imaginação em realidade, sem qualquer respeito pela verdade e pelas pessoas que você condena, é feio, muito feio.

E quando você exclui pessoas sem sequer lhes oferecer a oportunidade de se explicar ou se defender, é desleal e completamente desprezível.

Você não está nas mentes das pessoas, você não faz ideia do que elas fazem, mas apenas à luz de algumas pistas, você decreta que tal pessoa tem tal agenda oculta, tudo isso porque você se acha superiormente inteligente.

Ao fazer isso, você não faz nada mais que copiar os métodos dos “chefõezinhos” da administração francesa, que se acham inteligentes, que com uma simples dúvida inventam uma história completa (muitas vezes, estúpida), que depois não vão querer nunca reconhecer seus erros, mesmo quando isso apodrece a vida dos “usuários” por anos, décadas, especialmente para aqueles que não estão “nas caixas já planejadas”, como os autistas.

Fazer isso, quando você não é nem mesmo um profissional, mas apenas um “amador” de “julgamentos automáticos que tornam o ego feliz”, é patético, e é odioso.

E o pior é quando você pratica a exclusão sobre os raros autistas que lutam contra a exclusão dos autistas… É inaceitável.

Quando a gente não sabe, a gente tem que se abster.

Com a administração francesa, já temos bastante sofrimento e luta por causa dos pequenos líderes arrogantes e todos aqueles funcionários que acreditam que sabem melhor, mas que não entenderam nada…

Então, os amadores, os pequenos suseranos dos grupos Facebook e outros, pelo menos, tenham a decência de deixar tranquilos aqueles que trabalham com seriedade, e não apenas por o próprio ego deles, mesmo que isso esteja além de você, mesmo que você não acredite.

Você não tem o direito de apresentar as pessoas como nocivas, nem de difamar os esforços delas, só porque essa é sua impressão ou seu bom prazer, muitas vezes agravados pela má fé quando lhe mostramos seu erro.

Estar errado é aceitável, mas persistir no erro quando o sabemos, nunca.

Em qualquer caso, não atire na ambulância.


7/ (Pessoalmente) Na França, país do impossível se alguém não está em uma “caixinha planejada”, que alguém que conhece uma fada com uma varinha mágica pode conseguir uma assistência social séria para mim, ou qualquer pessoa no mundo (ou em qualquer outro lugar) que pudesse ajudar, parar ou diminuir o martírio administrativo imposto a nós pelo estado francês, eu e meu amigo apoio moral de vida, para mim desde 1994 e para ambos desde 24 de junho de 2002.

Normalmente, isso é impossível, já que esta Administração é desumana, estúpida e covarde.

A única esperança era o Sr. Macron, mas dado o que ele está fazendo agora a “pessoas comuns” (por exemplo, batendo nos coletes amarelos inocentes), é claro que essa pessoa é apenas um “contador de histórias”, alguém capaz de fazer alguém acreditar em qualquer coisa, como ele fez na ENA [Ecole Nationale d’Administration] (quando ele “dava a impressão de conhecer a solução”, como ele fez como banqueiro (de acordo com um dos diretores do banco Rothschild dizendo que se deve “contar histórias”), e agora contando suas histórias ao povo francês, a vaca de dinheiro da elite financeira que o colocou ao cabo do país, para explorar ainda um pouco mais.

Eu tenho procurado ajuda por décadas; se poderia escrever livros com todas as minhas cartas e e-mails, e não vejo mais o que fazer, que continuar tentando encontrar uma solução.

(Mais informações sobre EricLucas.org, mas é bém confuso porque este assunto é uma tortura mental e eu não posso, além disso, fazer um site bem claro para descrevê-lo).


8/ (Pessoalmente) No Brasil: como o Estado Francês, demasiado abjeto e covarde, jamais poderá reconhecer seus erros e reduzir nosso sofrimento administrativo, injusto, interminável e inútil, meu desejo pessoal atual é que a República Federativa do Brasil responda favoravelmente ao meu pedido de asilo.

Eu estaria, portanto, livre do estresse da espada de Dâmocles do risco de ser convidado a deixar um país onde eu finalmente me sinto livre, e vivo, pela primeira vez, e onde eu posso finalmente trabalhar em paz para o autismo. Isso seria absurdo.


9/ Para concluir, sobre prosperidade, saúde e sorte

Quanto aos desejos de “prosperidade”, não desejo nenhuma prosperidade material a ninguém, nos chamados países “desenvolvidos”.

Temos conforto material suficiente e, acima de tudo, esse conforto é muito caro em se tratando de destruição da Natureza e da humanidade do Homem.

As posses tornam o Homem medroso, egoísta e, de qualquer maneira, quanto mais se tem, mais se quer ter. O que é lógico, já que é apenas uma ilusão: quando se toca, ela desaparece.

É obviamente necessário que as condições materiais sejam suficientes para uma vida digna (alimentação, saúde, moradia, trabalho, educação …), mas sem entrar na espiral infernal e enganosa do consumismo.

Viver decentemente, sim; prosperar, não.

A menos que não destrua nada (nem materialmente nem moralmente), o que parece bem difícil.

Com relação aos desejos de “saúde”, é simples, apenas coma mais saudável, coma menos porcarias, menos coisas artificiais, coisas cozidas e pedaços de animais mortos.

E, claro, evitar o álcool, o tabaco, as drogas etc.

Então o corpo fica melhor, menos doente e menos deformado.

Menos deformados, nos sentimos menos feios, por isso temos menos necessidade de comer para compensar.

E, claro, você precisa de um mínimo de atividade física.

Querer “saúde”, passando o tempo tudo comendo o que quiser, por prazer, não é possível.

Saúde também é saúde mental.

As pessoas se tornaram egoístas; como dito acima, elas têm medo de tudo, seguem automaticamente convenções sociais, sistemas de “pensamentos pre-pensados”.

E uma vez que, no final, elas sentem que tudo isso é um erro monumental, então eles experimentam um estresse constante, que eles compensam com comida, posse, distração e qualquer coisa absurda.

Você tem que ter coragem para encarar a realidade, reconhecer seus erros e fazer mudanças significativas em sua própria vida.

Sem mudança, sem esforços, sem coragem, a ‘fuga para a frente’, a queda livre, não podem ser revertidas.

Desculpe pela repetição, mas é tão fundamental…

Com respeito aos desejos de ‘sorte’, acho que a sorte vem especialmente para aqueles que fazem esforços para merecer isso.

E eu acho que mesmo que não haja justiça humana (pelo menos não na França para os autistas), tem sempre uma “Justiça Superior”.

Em conclusão, eu não posso desejar um “feliz ano novo” se isso significa “prazer consumista”, mas se você quiser trabalhar em conjunto para corrigir os erros do sistema social, e se você realmente faz isso, então sim, será “boa”.


10/ E melhores desejos e encorajamentos para todas as pessoas e causas que eu não mencionei acima, se não for contra as necessidades que eu acredito e que eu tentei expor.


Obrigado.

Eric LUCAS
Autista « Asperger »
Ativista para o autismo
Mártir administrativo francês
Solicitante de asilo no Brasil
01/01/2019


Muito obrigado pela ajuda para corrigir o texto em português : Ludmila, Carol, Henrique, Thiago, Wilson.